Por Rudá Morais
Gandin
Este ensaio é uma pequena investigação acerca dos movimentos provocados
pela escola nos jovens, no que dizem respeito aos relacionamentos amorosos
iniciados ou instigados no circulo escolar, fruto da sociabilidade que,
consequentemente, a escola promove. Em tempo este ensaio é um pedido especial,
diante da data eminente dos “dia dos namorados”. Portanto, nada melhor que apresentar
ao caro leitor ou leitora um texto que discuta os relacionamentos, de cunho amoroso/romântico,
no ambiente escolar, visto que é na escola que a maioria dos jovens encontra
seu primeiro amor. A questão central, portanto, deste ensaio é: hoje a escola –
para além de um local, delimitado, de assimilação dos conhecimentos científicos
elaborados e sistematizados socialmente pela humanidade – um espaço de
envolvimento e socialização de valores amorosos, de aspectos românticos, entre
os jovens? É essa a pergunta que teremos como horizonte na edificação deste
texto, que promete por a luz o resumo deste enredado tão presente no seio
escolar.
A escola tornou-se um local, não apenas de assimilação de determinados
conhecimentos pré-selecionados pelo Estado, mais um espaço de envolvimento
entre indivíduos desconhecidos que, por muitas vezes, acabam de alguma forma se
relacionando amorosamente. A premissa de que a escola é um lugar de
sociabilização das novas gerações é verdade, mais ainda, é um lugar de socialização
de valores, condutas e costumes, desta maneira de sociabilização de conceitos.
Neste caso, na escola sociabilizam-se determinados valores que orientam os
relacionamentos amorosos entre os indivíduos e mais, internaliza valores de
seleção e classificação, o que resulta na escolha de seus parceiros ou
parceiras amorosas.
Nesta perspectiva, a escola acaba sendo um lugar propicio para conhecer e
aventurar-se em amores uns pelos outros, pois o convívio, tão implícito e
necessário nas relações entre ensino e aprendizagem, colabora para que os
atores do processo escolar se conheçam e apostem uns nos outros. Nesta ótica, os
indivíduos: meninas e meninos; desaguam-se em paqueras, “ficadas” e namoros, ou
em outros casos, até em casamentos. Este cuidado na escolha e no meio em que
isso se sucede é, para o presente texto, o importante.
Sendo assim, cabe à escola discutir; não a opção amorosa de cada um em
específico, e sim, os valores que cada um atribui ao amor e, portanto, para as
relações entre si, quando amantes. Em verdade, o amor como atividade humana precisa
ser repensado e refletido. Pois nesta sociedade da publicitação do afeto e da
mercantilização das relações humanas, o amor, como atividade humana, não
escapa; e pode acabar sendo, também, um mecanismo de dominação e desumanização.
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