domingo, 10 de junho de 2012

Relacionamentos na Escola


Por Rudá Morais Gandin

Este ensaio é uma pequena investigação acerca dos movimentos provocados pela escola nos jovens, no que dizem respeito aos relacionamentos amorosos iniciados ou instigados no circulo escolar, fruto da sociabilidade que, consequentemente, a escola promove. Em tempo este ensaio é um pedido especial, diante da data eminente dos “dia dos namorados”. Portanto, nada melhor que apresentar ao caro leitor ou leitora um texto que discuta os relacionamentos, de cunho amoroso/romântico, no ambiente escolar, visto que é na escola que a maioria dos jovens encontra seu primeiro amor. A questão central, portanto, deste ensaio é: hoje a escola – para além de um local, delimitado, de assimilação dos conhecimentos científicos elaborados e sistematizados socialmente pela humanidade – um espaço de envolvimento e socialização de valores amorosos, de aspectos românticos, entre os jovens? É essa a pergunta que teremos como horizonte na edificação deste texto, que promete por a luz o resumo deste enredado tão presente no seio escolar.
A escola tornou-se um local, não apenas de assimilação de determinados conhecimentos pré-selecionados pelo Estado, mais um espaço de envolvimento entre indivíduos desconhecidos que, por muitas vezes, acabam de alguma forma se relacionando amorosamente. A premissa de que a escola é um lugar de sociabilização das novas gerações é verdade, mais ainda, é um lugar de socialização de valores, condutas e costumes, desta maneira de sociabilização de conceitos. Neste caso, na escola sociabilizam-se determinados valores que orientam os relacionamentos amorosos entre os indivíduos e mais, internaliza valores de seleção e classificação, o que resulta na escolha de seus parceiros ou parceiras amorosas.  
Nesta perspectiva, a escola acaba sendo um lugar propicio para conhecer e aventurar-se em amores uns pelos outros, pois o convívio, tão implícito e necessário nas relações entre ensino e aprendizagem, colabora para que os atores do processo escolar se conheçam e apostem uns nos outros. Nesta ótica, os indivíduos: meninas e meninos; desaguam-se em paqueras, “ficadas” e namoros, ou em outros casos, até em casamentos. Este cuidado na escolha e no meio em que isso se sucede é, para o presente texto, o importante.
Sendo assim, cabe à escola discutir; não a opção amorosa de cada um em específico, e sim, os valores que cada um atribui ao amor e, portanto, para as relações entre si, quando amantes. Em verdade, o amor como atividade humana precisa ser repensado e refletido. Pois nesta sociedade da publicitação do afeto e da mercantilização das relações humanas, o amor, como atividade humana, não escapa; e pode acabar sendo, também, um mecanismo de dominação e desumanização.

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