Por Rudá Morais
Gandin
Talvez a principal resposta para os anseios humanos seja aquela
pertinente a nossa existência. Testemunhar a verossímil história do mundo não é
uma tarefa tão fácil quando, dificilmente, sabemos o porquê da nossa rápida
estadia por aqui ou, mais além, dos propósitos referentes à nossas vidas. Quiçá
a resposta para tanta indagação pudesse contribuir para vivenciarmos uma vida
mais feliz e plena, será impossível ainda por algum tempo obter essa solução,
até lá, cabe aos seres humanos investigarem e buscarem resolver este problema.
Apesar das faculdades relativas a estes enigmas, todo ser humano é um potencial
“filosofo” e transporta na curiosidade a chave necessária para desvendar todo e
qualquer mistério relativo à existência humana. No entanto, a faculdade do
pensar, parece-me distante do mundo e das relações humanas em gerias, seria
isso uma ocorrência da baixa qualidade educacional impregnada do decorrer da
escola universal brasileira?
A educação básica brasileira tornou se acessível à maioria da população
na entrada da década de noventa, ainda assim muitos permaneceram fora da escola
por ausência de vagas. Esta medida de universalização da educação trouxe
exímios benefícios à maioria da população, no entanto demonstrou a incapacidade
do Estado brasileiro em promover qualidade na oferta educacional, prova disso
são as dificuldades em formamos sujeitos capazes de exercerem a cidadania e
viverem em uma democracia e realizarem a critica referente ao seu andamento.
Talvez a qualidade necessária não tivesse na obtenção, por parte dos
estudantes, dos conteúdos requeridos pelo Estado, mas em conceber e refletir
sobre o mundo.
O mundo necessita de outros sujeitos. Como certa vez disse Morin, “hoje,
a batalha se trava no terreno do espirito”, em outras palavras, o que está em
jogo, hoje, somos nós mesmos- nosso futuro.
A educação trava uma batalha fundamental na elaboração de um projeto
onde a formação humana cumpra primeiramente com a máxima enfatizada por Adorno:
“que Auschwitz não se repita”. A educação se não servir para conduzir os seres
humanos a sua humanidade, servirá para que? Presenciamos, não apenas a tradição
da imobilidade no campo politico ou da disputa política em torno do interesse
público, mais também, a condução da educação baseada apenas nos rendimentos em
detrimento da formação humana em geral, voltada a solidariedade e a
fraternidade.
Pensar o mundo e a nossa condição humana e sermos felizes, tem relação
com o modo como concebemos nossa sociedade e, portanto, como conduzi-las. Para
engrenarmos no caminho certo sugiro que o primeiro passo seja colocarmos a
nossa escola e a universidade para pensar e, não menos importante, humanizar
nossas ações enquanto educamos; vivemos.
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