quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Por falar em educação...

Por Rudá Morais Gandin
Talvez a principal resposta para os anseios humanos seja aquela pertinente a nossa existência. Testemunhar a verossímil história do mundo não é uma tarefa tão fácil quando, dificilmente, sabemos o porquê da nossa rápida estadia por aqui ou, mais além, dos propósitos referentes à nossas vidas. Quiçá a resposta para tanta indagação pudesse contribuir para vivenciarmos uma vida mais feliz e plena, será impossível ainda por algum tempo obter essa solução, até lá, cabe aos seres humanos investigarem e buscarem resolver este problema. Apesar das faculdades relativas a estes enigmas, todo ser humano é um potencial “filosofo” e transporta na curiosidade a chave necessária para desvendar todo e qualquer mistério relativo à existência humana. No entanto, a faculdade do pensar, parece-me distante do mundo e das relações humanas em gerias, seria isso uma ocorrência da baixa qualidade educacional impregnada do decorrer da escola universal brasileira?
A educação básica brasileira tornou se acessível à maioria da população na entrada da década de noventa, ainda assim muitos permaneceram fora da escola por ausência de vagas. Esta medida de universalização da educação trouxe exímios benefícios à maioria da população, no entanto demonstrou a incapacidade do Estado brasileiro em promover qualidade na oferta educacional, prova disso são as dificuldades em formamos sujeitos capazes de exercerem a cidadania e viverem em uma democracia e realizarem a critica referente ao seu andamento. Talvez a qualidade necessária não tivesse na obtenção, por parte dos estudantes, dos conteúdos requeridos pelo Estado, mas em conceber e refletir sobre o mundo.
O mundo necessita de outros sujeitos. Como certa vez disse Morin, “hoje, a batalha se trava no terreno do espirito”, em outras palavras, o que está em jogo, hoje, somos nós mesmos- nosso futuro.  A educação trava uma batalha fundamental na elaboração de um projeto onde a formação humana cumpra primeiramente com a máxima enfatizada por Adorno: “que Auschwitz não se repita”. A educação se não servir para conduzir os seres humanos a sua humanidade, servirá para que? Presenciamos, não apenas a tradição da imobilidade no campo politico ou da disputa política em torno do interesse público, mais também, a condução da educação baseada apenas nos rendimentos em detrimento da formação humana em geral, voltada a solidariedade e a fraternidade.
Pensar o mundo e a nossa condição humana e sermos felizes, tem relação com o modo como concebemos nossa sociedade e, portanto, como conduzi-las. Para engrenarmos no caminho certo sugiro que o primeiro passo seja colocarmos a nossa escola e a universidade para pensar e, não menos importante, humanizar nossas ações enquanto educamos; vivemos. 

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