quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dias dos Namorados

Dia 12 de junho comemora-se o dia dos namorados. Centenas de enamorados presenteiam-se e reafirmam suas juras de amor. De norte a sul é um dia romântico; de rosas, bombons e afetos. Um belo dia, típico das características do amor. Todavia, obviamente, que esta data tem ligação com a necessidade de gerar lucro ao comércio, sendo assim porque comemoramos o dia dos namorados?

Além de enriquecer algumas dúzias de comerciantes, deverá, por ora, haver algum sentido na comemoração ou celebração dessa data. Pois se não fosse, não haveria tanta espera e ansiedade pela chegada do dia dos namorados. No entanto, seja qual for o motivo de tanta expectativa, o que fica evidente nesta data é o gasto financeiro que os enamorados têm um com o outro. É verdade que presentear alguém que se gosta vale a pena, mas até que ponto a relação entre os enamorados esta para além dos presentes?

Namorar ou comemorar um namoro é sem dúvida uma das experiências mais significativas de nossas vidas. Contudo, o que aparentemente está maravilhoso pode indubitavelmente virar um pesadelo. Tudo isso pelo modo com que as relações entre os enamorados se estabelecem. É inegável que namorar significa compartilha a vida com alguém, necessariamente, que gostamos. Por ora é também verdade que se namoramos alguém que gostamos significa, necessariamente, que aceitamos - no mínimo - o jeito com que a pessoa se posta no mundo. No entanto, a vontade de muitos enamorados de subjugar o outro, portando, anulando-o, é enorme, que os indivíduos perdem suas vontades próprias e suas características tão fundamentais na identificação de cada sujeito.

Em tempo, se assim é verdade, como comemorar ou até presentear, alguém que não queremos que seja ela mesma? Ou melhor, se namoramos e optamos em namorar, necessariamente significa ganhar presentes? É evidente que presentes ou não, são frutos da naturalidade com que as relações se desenvolvem e não premissa básica de uma relação. Todavia presentear ou namorar e anular, a fim de descartar, esta intimamente ligada ao processo de consumo, no qual esta data sugere.

Pensando nisso, o dia dos namorados não é nada mais que uma data na qual se consome mais, consequentemente enriquecendo os patrões a custa do sentimento alheio. Assim, pensar em uma data em especial para comemorar aquilo que deviríamos comemorar todos os dias, sem a premissa de que o quanto mais caro e melhor for o presente maior é o nosso amor, é fundamentalmente associar a lógica do consumo aonde ela não deveria ter espaço.

Mas, não sejamos tão duros quanto ao dia, não quero pregar o fim dos presentes e tampouco os festejos de enamorados intensamente apaixonados. No entanto é sempre bom refletir sobre o que esta entre as relações que optamos, ainda mais quando elas dizem respeito aos nossos sentimentos que, em ultima instancia, é de nossa intimidade.

Portanto, namorar para além da data especifica, dos presentes que com o tempo se desfazem, e das juras que não refletem a verdade, necessitamos, com urgência na minha concepção, optar por namoros que refletem nossas vontades, em especial, com nós mesmos. Que nos faça sermos nós mesmos e, que com isso, possa-se compartilha uma vida, saudável e essencialmente amorosa. Pois quem não gostaria de estar namorando e ouvir todos os dias eu te amo?

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